Em
recente conversa com um amigo, fui informado de que o mesmo tentou ajuda para
promover um evento interno da Igreja organizado por ele e alguns outros
companheiros. A solicitação foi dirigida a um padre, bastante requisitado e
popular. Este, por sua vez, esclareceu que o auxílio não seria possível porque
o evento deveria se enquadrar em algum grupo "pastoral" da Igreja.
Dizia ele - "Afinal, você é de onde? Seu grupo se encaixa em qual
pastoral? São do setor juventude? Se não forem de algum grupo, não posso
ajudar."
Pergunto
eu caro Pajé, estamos em uma tribo ou dentro de uma aldeia com várias delas? O
que temos de fato no seio da atual Igreja Católica é a tal
"pastoral". O que é uma pastoral? Segundo
o Concílio Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et Spes, “pastoral”
consiste em se debruçar sobre as aspirações e as angústias dos homens para lhes
propor, a partir delas, a mensagem cristã. Pastoral não se limita a ação dos
pastores, mas a ação de toda a comunidade, de toda a Igreja. Num
sentido amplo, Pastoral é toda a ação da Igreja e sua missão neste mundo. A
Igreja não existe para si mesma, mas em função da sua missão de anunciar Jesus
Cristo e fazer acontecer o Reino de Deus.
Retomo
minha pergunta ao Cacique desta grande aldeia. De onde o caboclo tirou a ideia
de que a Igreja está dividida em grupos? Os documentos conciliares propõem o
termo “Pastoral” como uma ação conjunta. A divisão propagada é fruto da
limitação compreensiva que alguns possuem sobre os documentos, criando clãs, guetos,
grupos e tribos para formar espaços que sejam alvo de seu domínio. No fundo, o
que o Pajé quer e necessita é de uma tribo para dominar.
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